Na política potiguar, o discurso da coerência muitas vezes esbarra na prática do oportunismo. O exemplo mais recente vem do Partido dos Trabalhadores (PT), que parece considerar legítima apenas a aliança que lhe favorece diretamente.
Na eleição municipal passada em São Gonçalo do Amarante, o PT optou por lançar o petista Adriano Paiva como candidato a prefeito, enfrentando ninguém menos que Jaime Calado, atual prefeito eleito e marido da senadora Zenaide Maia (PSD) — uma aliada de longa data do campo progressista. Ou seja, naquele momento, o partido não hesitou em romper com aliados históricos em nome do próprio projeto.
Agora, o cenário se repete, mas em sentido oposto. O PT pressiona para que Zenaide rompa sua aliança com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), com quem mantém diálogo político e institucional. O argumento? A aproximação de Zenaide com Allyson dificultaria uma composição com o pré-candidato petista ao governo, Cadu Xavier, e com a governadora Fátima Bezerra, que busca uma vaga no Senado.
Fica claro que, para setores do PT, a regra é simples: aliança só vale quando o benefício é para o partido. Quando é o aliado que constrói pontes, articula e mantém independência, a cobrança vem em tom de veto.
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